Ciência

Meteoro no céu: especialistas explicam o fenômeno observado em Minas Gerais

Meteoro no céu surpreende Minas Gerais. Especialistas explicam o fenômeno, sua origem e por que eventos como esse não representam riscos.

Atualizado 1 mês atrás
Meteoro no céu de Minas Gerais - @Reprodução
Meteoro no céu de Minas Gerais - @Reprodução

Um impressionante meteoro no céu foi registrado por moradores de diversas cidades de Minas Gerais na noite da última terça-feira (14). O fenômeno luminoso cruzou o céu por volta das 18h30, surpreendendo quem pôde testemunhar o espetáculo. A bola de fogo chamou atenção pelo brilho intenso e pela velocidade com que riscou o céu, sendo capturada em vídeos que viralizaram nas redes sociais.

Embora a aparição de meteoros seja relativamente comum, a intensidade visual deste evento despertou a curiosidade de milhares de brasileiros. A reportagem ouviu especialistas em astronomia para entender o que de fato foi visto, qual a origem do meteoro e por que fenômenos como esse, apesar de chamativos, raramente representam riscos.

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O que foi o meteoro visto no céu de Minas?

Embora ainda não haja um posicionamento oficial detalhado, o fenômeno observado em Minas Gerais possui características típicas de um bólido — termo usado para designar meteoros extremamente brilhantes que podem ser vistos mesmo em grandes centros urbanos.

De acordo com explicações técnicas já fornecidas pela Rede Brasileira de Observação de Meteoros (BRAMON) em casos semelhantes, bólidos são fragmentos de rochas espaciais que entram na atmosfera terrestre em alta velocidade, gerando forte luminosidade ao se desintegrarem.

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A BRAMON, que monitora esse tipo de evento em todo o país, costuma analisar vídeos enviados por testemunhas para confirmar a trajetória e a possível origem do objeto. Até o momento, ainda não foi divulgado um laudo oficial sobre este caso específico.

Como se forma um meteoro no céu?

O que chamamos de “meteoro no céu” acontece quando um meteoroide — fragmento de asteroide ou cometa — entra na atmosfera da Terra em altíssima velocidade, podendo ultraar 70 mil km/h. O atrito com o ar aquece o objeto e provoca a queima de seus materiais, gerando o rastro luminoso que vemos.

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Se o corpo for pequeno, ele se desintegra por completo antes de atingir o solo. Caso reste algum fragmento, ele é então classificado como meteorito.

“A maioria dos meteoros se desintegra totalmente. Raramente há queda de fragmentos. Quando ocorre, é um evento ainda mais raro e estudado com prioridade por instituições científicas”, destaca um especialista.

Meteoro em Minas Gerais - @Reprodução

Meteoro em Minas Gerais – @Reprodução

Por que o fenômeno foi tão visível?

Vários fatores influenciam na visibilidade de um meteoro: a altitude da entrada na atmosfera, o horário do dia, a ausência de nuvens e a localização geográfica.

No caso de Minas Gerais, o céu estava parcialmente limpo e o evento ocorreu no início da noite — um momento em que o contraste entre o brilho do meteoro e o céu escurecendo facilita a observação.

Cidades como João Pinheiro, Brasilândia de Minas, Paracatu, Uberlândia, Lagoa Formosa e até Patos de Minas registraram imagens do meteoro. Em alguns vídeos, o objeto aparece se dividindo em pequenos pedaços, um indício clássico de que a rocha estava se fragmentando sob alta temperatura e pressão.

Eventos como esse são perigosos?

De acordo com os especialistas ouvidos, não há motivo para preocupação. Meteoros, mesmo os mais brilhantes, raramente provocam impactos significativos. Os casos em que há danos no solo, como o famoso meteoro de Chelyabinsk (Rússia, 2013), são exceções extremamente raras.

“Fenômenos como esse não oferecem riscos. Pelo contrário, são uma oportunidade para despertar interesse pela astronomia”, afirma um professor e astrofísico.

Ele reforça que o Brasil tem monitoramento ativo desses eventos, com apoio de redes como a BRAMON, que conta com câmeras espalhadas em diversas regiões do país.

Pode acontecer de novo?

Sim. Maio é um dos meses com maior frequência de meteoros devido a chuvas meteorológicas, como as Eta Aquáridas, que têm seu pico nos primeiros dias do mês, mas podem se estender por várias semanas.

Especialistas apontam que o fenômeno visto no céu de Minas Gerais pode estar associado a fragmentos oriundos da cauda do cometa Halley — o mesmo responsável pelas Eta Aquáridas. Ainda não há confirmação oficial, mas a hipótese está sendo analisada pela BRAMON.

O que fazer ao ver um meteoro no céu?

Especialistas recomendam que, ao presenciar um meteoro:

• Registre o fenômeno em vídeo, se possível
• Anote o horário e direção do céu em que ele apareceu
• Envie o vídeo e informações à BRAMON ou observatórios astronômicos
• Evite cair em boatos sobre “quedas” sem confirmação técnica

Essas informações ajudam os cientistas a calcular a trajetória, velocidade e até a possível origem do objeto.