Busca
O nome do major aposentado Pedro Silva, da Polícia Militar de Alagoas (PM/AL), ganhou repercussão nacional após o militar ser protagonista de uma tragédia familiar neste sábado (7), no bairro Prado, em Maceió.
Aos 58 anos, Pedro foi o responsável por um dos episódios mais chocantes já registrados no estado: matou o próprio filho de 10 anos e o cunhado durante um sequestro da ex-família. O caso terminou com a intervenção do Bope, que resultou na morte do major.
Pedro Silva ingressou na PM de Alagoas ainda jovem e chegou ao posto de major, exercendo funções istrativas e operacionais ao longo da carreira. Aposentado da corporação, ele ou a responder a um processo por violência doméstica, instaurado em janeiro de 2025, após agredir a então esposa em Palmeira dos Índios, no interior de Alagoas.
Segundo relatos de familiares, Pedro exercia controle psicológico e físico sobre a esposa e os filhos, impedindo-a de estudar, trabalhar e manter relações sociais. O filho mais velho foi quem denunciou os abusos, apontando que a mãe era vítima há mais de 20 anos. À época da agressão, o major chegou a sequestrar os filhos pequenos, fugindo com eles para Maceió.
Após a denúncia, Pedro foi preso com base na Lei Maria da Penha e teve a prisão convertida para regime istrativo dentro da Academia da Polícia Militar, em Maceió. No entanto, mesmo detido, ele continuava tendo contato com os filhos menores.
Neste sábado (7), aproveitando uma visita permitida com os filhos, fugiu pela porta lateral da Academia, sequestrou o carro de um conhecido e seguiu até a casa da ex-esposa. Durante a ação, esfaqueou o motorista, invadiu a residência e iniciou o sequestro de cinco pessoas, incluindo seus dois filhos, a ex-mulher e os cunhados.
Durante o sequestro, Pedro apresentou comportamento extremamente agressivo e psicótico, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP). De acordo com o secretário executivo Patrick Maia, o cenário encontrado foi de carnificina, com a criança de 10 anos apresentando sinais de amputação e ferimentos profundos. O cunhado da ex-companheira também foi morto.
As negociações foram conduzidas com ajuda da filha mais velha do major, de 32 anos, que mesmo em período de resguardo pós-parto, aceitou conversar com o pai por ser a única pessoa com quem ele mantinha contato. A Polícia Militar afirmou que Pedro resistiu à rendição e tentou ferir os agentes do Bope, sendo morto durante a ação para salvar os demais reféns.
O caso agora será investigado pela Polícia Civil, que busca entender como o militar conseguiu fugir de uma instituição controlada e obter o a armas. O celular da filha mais velha, para quem Pedro enviou vídeos durante o sequestro, foi entregue às autoridades e pode conter detalhes importantes sobre o crime.