Política

De União dos Palmares a Capela: veja as cidades mais à esquerda e mais à direita de Alagoas

Levantamento do Instituto DataSensus revela quais cidades de Alagoas têm eleitorado mais alinhado à esquerda ou à direita.

Placa de direita e esquerda - @Reprodução
Placa de direita e esquerda - @Reprodução

Uma nova pesquisa do Instituto DataSensus revelou o perfil ideológico do eleitorado alagoano e mostrou um dado inédito: é possível identificar quais cidades de Alagoas são mais alinhadas à direita e quais têm maior tendência à esquerda.

O levantamento ouviu 1.200 pessoas em 49 municípios no dia 15 de abril de 2025 e revela contrastes regionais que podem influenciar diretamente as próximas eleições municipais e estaduais.

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Redutos da direita

Entre as cidades com maior presença de eleitores identificados como de direita, incluindo bolsonaristas e conservadores, estão:

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  • Coruripe
  • Maragogi
  • União dos Palmares

O destaque de União dos Palmares chama atenção por ser também um polo político da Zona da Mata. A cidade tem se mostrado um reduto conservador, onde temas como segurança pública, religião e valores familiares costumam pautar o debate eleitoral.

Em Maragogi e Coruripe, a força do turismo e a presença de grupos empresariais também podem explicar o perfil mais à direita do eleitorado, segundo analistas.

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Inclinação à esquerda

Na outra ponta, o DataSensus aponta três municípios com maior percentual de eleitores de esquerda ou identificados com pautas progressistas:

  • Capela
  • Teotônio Vilela
  • Cajueiro

Nessas cidades, o apoio a políticas sociais, educação pública e valorização do funcionalismo são pontos que mobilizam os eleitores. A identificação com o ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores também aparece de forma mais evidente nessas regiões.

Capela, em especial, surpreendeu ao liderar entre os municípios mais à esquerda, sugerindo uma guinada ideológica nos últimos anos.

Eleitor alagoano está fora da polarização

Apesar do mapeamento regional, o dado mais expressivo da pesquisa é que 39,6% dos entrevistados não se identificam com nenhuma posição política tradicional — nem esquerda, nem direita, nem centro. Esse número reforça a tese de que Alagoas tem um eleitor mais pragmático, que decide o voto com base em temas locais e figuras políticas específicas, e não por ideologias rígidas.

Gênero, religião e idade influenciam o voto

A pesquisa também revelou como fatores socioculturais moldam o posicionamento político. Enquanto mulheres tendem mais à esquerda e homens à direita, a juventude entre 16 e 24 anos é a mais avessa a rótulos ideológicos. Já entre os evangélicos, há predominância do voto à direita, enquanto os católicos apresentam maior dispersão ou indefinição.

Por que esse mapa importa?

Saber quais cidades de Alagoas são mais conservadoras ou progressistas é essencial para partidos políticos, pré-candidatos e agências de campanha que queiram dialogar com o eleitor. O mapeamento ideológico, aliado a estratégias locais, pode ser decisivo para eleições majoritárias e proporcionais.

Segundo Mario Bispo, diretor da DataSensus, “esse tipo de análise regional permite afinar o discurso político e reduzir a rejeição de candidatos com pautas mais polarizadas. É um raio-x valioso do comportamento eleitoral alagoano”.