Saúde

Gripe aviária: 10 perguntas e respostas que você precisa saber

O que é gripe aviária? Quais os sintomas? Afeta humanos? Veja 10 perguntas e respostas essenciais sobre o vírus H5N1 e seus impactos no Brasil.

Veterinário aplicando vacina em frango como medida de prevenção contra gripe aviária em granja - Reprodução
Veterinário aplicando vacina em frango como medida de prevenção contra gripe aviária em granja - Reprodução

A gripe aviária voltou aos noticiários após a confirmação de um caso em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, em maio de 2025. O episódio reacendeu dúvidas sobre o risco à saúde humana, segurança do consumo de carne de frango e impactos econômicos no setor avícola brasileiro.

Com isso, muitas perguntas começaram a surgir: o que é exatamente essa doença? Pode afetar humanos? É seguro consumir frango durante um surto? Pensando nisso, preparamos este guia com as 10 dúvidas mais frequentes sobre a gripe aviária, com respostas diretas, claras e baseadas nas principais fontes de saúde pública e segurança alimentar.

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1. O que é gripe aviária?

A gripe aviária é uma doença infecciosa causada por vírus da família Influenza A, que afetam principalmente aves domésticas e silvestres. As variantes mais preocupantes, como o H5N1 e o H7N9, podem causar surtos altamente letais em aves e têm potencial de impacto econômico significativo, especialmente em países com grandes produções avícolas. Em casos raros, esses vírus podem cruzar a barreira de espécies e infectar humanos.

A gripe aviária pode ser de baixa ou alta patogenicidade. A de alta patogenicidade é a mais grave, provocando alta mortalidade em aves e exigindo ações imediatas de contenção.

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2. A gripe aviária pode infectar humanos?

Sim, embora não seja comum. A infecção em humanos geralmente ocorre por contato direto com aves infectadas, secreções respiratórias ou fezes contaminadas. Trabalhadores de granjas, caçadores, feirantes e manipuladores de aves estão entre os grupos de maior risco.

Casos documentados de transmissão entre humanos são extremamente raros. No entanto, a preocupação global reside no potencial de mutação do vírus, que poderia torná-lo mais transmissível entre pessoas, abrindo espaço para uma possível pandemia.

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3. É seguro consumir carne de frango e ovos durante um surto?

Sim, o consumo de carne de frango e ovos é seguro, desde que os alimentos estejam devidamente cozidos. O vírus da gripe aviária não resiste a temperaturas elevadas, sendo inativado quando os alimentos atingem ao menos 70ºC.

Organizações como a OMS, FAO e o Ministério da Agricultura reforçam que não há evidência de transmissão do vírus por meio da ingestão de alimentos preparados corretamente. Portanto, seguir boas práticas de higiene e cozimento garante a segurança do consumidor.

4. Quais são os sintomas da gripe aviária em humanos?

Os sintomas variam de quadros leves a graves. Em casos iniciais, os sinais mais comuns incluem febre alta, dor muscular, tosse seca, dor de garganta e mal-estar geral. Quando não tratada adequadamente, a infecção pode evoluir para pneumonia viral, dificuldade respiratória grave e até morte.

A taxa de letalidade entre os casos confirmados de H5N1 em humanos é alta, girando em torno de 50%, segundo a OMS. No entanto, esses casos são esporádicos e dependem do grau de exposição ao vírus.

5. Quais aves são mais afetadas pela gripe aviária?

As aves domésticas, como galinhas, perus e patos, são as mais suscetíveis e as que mais sofrem perdas econômicas durante surtos. No entanto, aves silvestres, especialmente migratórias, são consideradas reservatórios naturais do vírus e podem disseminá-lo ao longo de rotas migratórias internacionais.

Por isso, surtos podem ocorrer em qualquer parte do mundo, especialmente onde há contato direto entre aves silvestres e aves de criação. O monitoramento dessas populações é fundamental para prevenir epidemias.

6. Qual foi o caso recente no Brasil?

Em maio de 2025, o Ministério da Agricultura confirmou o primeiro foco de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. Até então, o Brasil só havia registrado casos em aves silvestres e de subsistência.

A granja foi isolada, as aves foram abatidas de forma sanitária e medidas de controle foram aplicadas em um raio de 10 km. A OMSA e os países importadores foram notificados oficialmente.

7. Quais países suspenderam a importação de frango do Brasil?

Após a confirmação do caso no RS, países como China, União Europeia, Argentina, México, Chile e Uruguai suspenderam temporariamente as importações de frango brasileiro. Essas suspensões afetam o território nacional como um todo.

Outros países, como Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Filipinas, adotaram restrições regionais, mantendo as importações de outras regiões fora da zona afetada. O impacto comercial é expressivo, já que o Brasil lidera as exportações mundiais de carne de frango.

8. Existe vacina contra a gripe aviária?

Sim, há vacinas para uso em aves, mas sua aplicação depende da estratégia adotada por cada país. O Brasil, por exemplo, não utiliza vacinação em larga escala, preferindo estratégias de erradicação rápida e vigilância sanitária, conforme recomendações internacionais.

Em humanos, ainda não há vacina de uso regular aprovada contra o H5N1. Pesquisas estão em andamento, principalmente em países que enfrentaram surtos mais frequentes.

9. Como o Brasil controla a doença?

O Brasil adota protocolos de biossegurança rigorosos. Entre as medidas estão a vigilância ativa de granjas e aves silvestres, controle de trânsito animal, abate sanitário, desinfecção de instalações e barreiras sanitárias em áreas afetadas.

O país segue normas da OMSA e conta com equipes de resposta rápida para atuar na contenção de surtos. O objetivo é garantir a confiança dos mercados internacionais e preservar o status sanitário nacional.

10. A gripe aviária pode causar uma pandemia?

Embora a gripe aviária não seja atualmente transmitida com facilidade entre humanos, ela tem potencial pandêmico. Isso significa que, se o vírus sofrer mutações que facilitem a transmissão entre pessoas, poderá provocar um surto global.

Por essa razão, autoridades de saúde mantêm vigilância constante sobre surtos em animais e casos humanos esporádicos. Até agora, o risco de pandemia é considerado baixo, mas requer monitoramento contínuo.